segunda-feira, agosto 19, 2013

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instituto da família  -  fundado em 1971 pelo movimento familiar cristão – mfc rio de janeiro    
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A convivência e a proximidade com as pessoas produzem um sentimento de conforto e segurança que é essencial para confirmar o valor pessoal do indivíduo e sua pertença a uma família, igreja ou comunidade.

O exercício da ternura
Deonira L. Viganó La Rosa
Terapeuta de Casal e de Família. Mestre em Psicologia.
O papa Francisco muito nos sensibilizou quando entrelaçou os braços, como se ninasse alguém, e pediu a presbíteros e bispos que repetissem este gesto, tomando “no colo” as pessoas que vão à Igreja. Disse mais: Saiam da sacristia ao encontro das pessoas, lá onde elas estão, no dia a dia, principalmente nas periferias onde estão os mais pobres e necessitados, e a todos deem proximidade, ternura, escuta e carinho. As mães não se comunicam com os filhos através de cartas, a mãe ama, beija, abraça. A Igreja por vezes gasta muito tempo elaborando documentos, sobra pouco para o contado direto e carinhoso com as pessoas.
O desafio colocado por Francisco à Igreja chega à casa de cada um de nós. Estamos dedicando pouco tempo à convivência, ao cuidado, à ternura, ao toque, seja com as crianças ou com os adultos. Corremos demais em busca de conforto e esquecemos o quanto é confortável parar para dar e receber ternura, beijo, presença, carinho.
A ternura e o toque são intimamente ligados na nossa vida afetiva
São nossos sentidos que nos colocam em contato com o outro e nos permitem tocar e ser tocados. Conhecemos muitas maneiras de tocar e ser tocados, graças a nossos sentidos - ouvido, visão, olfato, gosto, tato. Podemos tocar o outro olhando, conversando, abraçando ... Podemos ser tocados por uma música, um olhar, um perfume, uma palavra, uma escuta silenciosa ...
A ternura pertence à família do bom, da carícia, da gentileza, do sorriso, da aproximação, da bondade, do amor, da confiança, dos anjos, do prazer, da doçura, da paz, da cumplicidade, da amizade, da fraternidade.  E isto ajuda a entender a definição da família oposta: aquela do duro, do obscuro, da frieza, da rispidez, da sombra, do picante, da amargura, dos demônios, do grito, da guerra, da maldade ...
A dificuldade em lidar com o toque e com a intimidade, os contatos abusivos ou as relações frustradas são fatores que impedem certos sujeitos de criarem laços carinhosos com as pessoas com quem convivem.
Resgatar a capacidade de fazer-nos próximos dos outros, tanto na família como na Igreja, requer libertação, exige prestar atenção e aguçar a sensibilidade. Requer dedicar tempo à convivência, usar todos os sentidos para chegar ao outro, e entender de uma vez por todas que ajudamos muito mais uma pessoa pela relação afetiva direta do que com compêndios de doutrinas e documentos.
Os adultos também necessitam de ternura
A necessidade de ser amado é evidente no bebê, mas ela não é menos real no adulto: ele também tem necessidade de sentir que tem um lugar no mundo, que é apreciado pelo que ele é, independente daquilo que ele tem ou faz, seja marido, mulher, filho, vizinho, fiel, principalmente desvalido e necessitado.
A palavra tem um poder humanizante, mas não basta estar derramando palavras genéricas, dirigidas sempre a multidões.
O que precisamos é de um olhar particular, de alguém que nos chame pelo nome, nos pergunte como estamos, se precisamos de ajuda.
O policial que acompanhava Francisco disse ter se impressionado com sua capacidade de destacar uma pessoa na multidão, de perceber seu olhar e sair, quanto possível, a seu encontro. Ele chorou com aquele menino que chorou em seu regaço. Tempos atrás ele disse: O pastor tem de cheirar a sua ovelha.
Quando um filho quer contar ao pai alguma coisa que o inquieta e o pai lhe diz “te amo muito, agora vai, que teu pai tem muitas coisas para fazer”, como se sente este filho? E, quando a pessoa por muita sorte consegue se aproximar do padre e percebe que ele não a escuta com interesse, antes tem um olhar vago de quem diz “Devo fazer muitas outras coisas ainda”, como se sente esta pessoa? Como pode sentir-se acariciada por Deus, se seu mediador a afasta com o olhar, quando não com palavras?
A educação do coração está muito negligenciada
É preciso dar ao coração a mesma atenção que se dá à inteligência, senão mais. E é preciso colocar como muito importante o exercício da ternura com os mais próximos e com todos aqueles que ainda estão longe de nós porque os isolamos por egoísmo, por preconceito ou preguiça. E a educação se faz a custa de práxis, de prática.



O celibato obrigatório dos sacerdotes                  Helio Amorim

É complicado o celibato obrigatório dos clérigos. Faz parte do quadro de preconceitos em relação à mulher. É uma contradição castrar literalmente um impulso humanizador inscrito por Deus no
coração dos homens, como condição de realização de uma vocação de serviço à Igreja que não é incompatível com a vocação para o casamento e a vida familiar.
          Os problemas psicológicos tão frequentes entre sacerdotes que se mantêm fiéis a essa disciplina imposta, e os de consciência dos muitos que não resistem a essa regra disciplinar, apontam para o celibato opcional, assumido livre e espontaneamente somente por aqueles que tenham uma vocação muito especial, certamente rara emutável ao longo do tempo. Essa abertura pode conviver com alguma forma de vida religiosa monacal que possa ser inconciliável, no momento, com a vivência matrimonial e familiar. Mesmo assim, a opção livre feita pelo celibato não seria necessariamente definitiva em forma de voto perpétuo, já que todas as pessoas vivem processos evolutivos, vão amadurecendo em todas as dimensões pessoais e sociais, psíquicas, intelectuais e afetivas. Fazem-se sempre novas opções e reformulam-se projetos de vida em resposta aos sempre novos desafios e questionamentos que se apresentam.
            D. Pedro Casaldáliga, o bispo catalão que criou raízes nos sertões do Araguaia, num texto inspirado, exalta a opção especial que fez pelo celibato, mas espera poder"viver o tempo em que conviverá com sacerdotes casados, para o bem da Igreja, e para a valorização do próprio celibato".
            Por essa norma até hoje mantida, resulta uma Igreja regida por homens.            Ora, a identidade fortemente masculina da Igreja lhe suprime uma certa ternura e compreensão maternais que lhe fazem muita falta. Essa falha não é exclusiva da Igreja. Todas as instituições humanas e estruturas sociais dominadas pelos homens, excluídas as mulheres, se tornam autoritárias, rabugentas e maçantes. Ao contrário, na medida em que mulheres ampliam seus espaços em outras, elas de tornam mais humanas, mais sensíveis e cordiais. Isto vale tanto para governos, parlamentos, sindicatos, partidos políticos e empresas, como para congregações religiosas e cúrias diocesanas ou romanas.
            Certamente o feminino está fazendo falta na Igreja. A elaboração de suas doutrinas e normas não pode continuar prescindindo da ótica e sensibilidade femininas. Falta alegria, delicadeza, ternura, afetividade e emoção nas práticas da Igreja, nas suas celebrações e festas que se tornaram inexpressivas, nada criativas, burocráticas e aborrecidas, quando poderiam e deveriam ser exatamente o contrário.


Frases que nos fazem pensar
*     Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade. Carlos Drummond de Andrade
*     Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho. Mahatma Gandhi
*     Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo... Nemo Nox
*     Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida. Platão
*     A persistência é o menor caminho do êxito. Charles Chaplin
*     Saber encontrar a alegria na alegria dos outros, é o segredo da felicidade. Georges Bernanos
*    A alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira. Leon Tolstoi
*    A amizade desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento, duplicando a nossa alegria e dividindo a nossa dor. Joseph Addison

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