domingo, março 31, 2013

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  MFC - MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO   

   29 de março 2013 - CORREIO MFC BRASIL Nº 318 – 6.800 DESTINATÁRIOS


Caríssimos amigos leitores e leitoras
O Movimento Familiar Cristão lhes deseja e às suas famílias nesta Páscoa, festa maior da nossa fé, paz plena, esperança sempre mais viva e acima de tudo a vivência da caridade transformadora, numa sociedade ainda injusta e dividida.

É tempo de Páscoa
Extraído de profética mensagem de José Lisboa Moreira de Oliveira*

http://www.adital.com.br/arquivos/2013/03/20130328_selvino1.jpg
A Carta aos Colossenses afirma que a pessoa cristã já vive como ressuscitada e, como tal, é convidada a comprometer-se com ações que expressem o essencial dessa condição que é a prática do amor ao próximo (Cl 3,1-17).
Isso nos autoriza a dizer que a celebração da páscoa cristã, enquanto memorial da paixão, morte e ressurreição de Jesus, precisa ser traduzida em atos e gestos concretos de amor ao próximo, distintivo único e fundamental da identidade do discípulo e da discípula de Jesus (Jo 13,15).

Assim sendo, a celebração da Páscoa deve ser uma verdadeira primavera que expulse todo e qualquer mofo e frieza da Igreja e a faça pulsar de vitalidade e de acolhida da vida. Não cabe celebrar a Páscoa num contexto de rigidez e de falta de misericórdia, num ambiente em que as leis e as normas estão acima da vida das pessoas (Mc 3,1-5). Não haverá Páscoa de Jesus numa Igreja que condena e discrimina certos filhos e certas filhas de Deus; que reserva os bancos de seus templos para aqueles que se autoproclamam perfeitos e merecedores do céu. Além disso, a Páscoa deve ser a festa da libertação dos pobres e dos oprimidos. E não se trata apenas de uma falsa libertação "espiritual”, cuja recompensa é uma vida futura, programada para depois da morte. Trata-se, como nos mostra a experiência do Êxodo, de uma libertação a ser realizada aqui nesta terra. Uma libertação que inclui terra, casa, comida, emprego, saúde, escola etc. E para celebrar esta Páscoa os cristãos e as cristãs precisam, como Javé, ver a opressão, descer até o submundo dos pobres, sentir o cheiro da pobreza, tocar com os pés e as mãos os sofrimentos dos injustiçados e excluídos e permanecer comprometidos com as suas lutas por dias melhores (Ex 3,7-10).
*José Lisboa Moreira de Oliveira. Filósofo. Doutor em teologia. Ex-assessor do Setor Vocações e Ministérios/CNBB. Ex-Presidente do Inst. de Past. Vocacional. É gestor e professor do Centro de Reflexão sobre Ética e Antropologia da Religião (CREAR) da Universidade Católica de Brasília.


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Poesia viva
Thiago de Mello, poeta nosso do Amazonas, em tempos de chumbo, atos institucionais, exílios, prisões, torturas e mortes, proclamou corajosamente...



Estatutos do Homem
(Ato Institucional Permanente)                 Thiago de Mello
Artigo I 
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II 
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo. 
Artigo III  
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança. 
Artigo IV  
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu. 
        Parágrafo único:  
        O homem, confiará no homem
        como um menino confia em outro     menino. 
Artigo V  
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa. 
Artigo VI  
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora. 


Artigo VII  
Por decreto irrevogável fica estabelecido 
o reinado permanente da justiça e da claridade, 
e a alegria será uma bandeira generosa 
para sempre desfraldada na alma do povo. 
Artigo VIII   
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor. 
Artigo IX  
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.  
Mas que sobretudo tenha 
sempre o quente sabor da ternura. 
Artigo X  
Fica permitido a qualquer  pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco. 
Artigo XI  
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama 
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã. 
Artigo XII   
Decreta-se que nada será obrigado 
nem proibido,
tudo será permitido, 
inclusive brincar com os rinocerontes 
e caminhar pelas tardes 
com uma imensa begônia na lapela. 
        Parágrafo único: 
        Só uma coisa fica proibida:
        amar sem amor. 
Artigo XIII  
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou. 
Artigo Final.   
Fica proibido o uso da palavra liberdade, 
a qual será suprimida dos dicionários 
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre 
o coração do homem.

sábado, março 30, 2013


COMUNICAÇÃO DO 18º ENA SE REÚNE COM A INFRAESTRUTURA DO EVENTO


Tênio, Elisa, Ildo e Rubens Carvalho - MFC Vitória da Conquista-BA.
A
 Equipe de Comunicação do 18º ENA – ENCONTRO NACIONAL DO MFC, que acontece de 6 a 12 de julho, em Vitória da Conquista – Bahia, reuniu-se na terça-feira, 19 de março, para avaliar o trabalho realizado até agora e analisar novas propostas relacionadas à comunicação interna e divulgação do evento que reunirá mais de 500 mefecistas de todas as regiões do Brasil.

O encontro, bastante dinâmico, contou com a participação de Rubens Carvalho - Coordenação de Comunicação do ENA; Elisa Batista - Comunicação MFC; Ildo Oliveira e Tênio da Mota - Coordenação de Infraestrutura do ENA; e Alex Felix - Cria (Agência de Publicidade).

A equipe definiu pela análise do cronograma de atividades designadas para os membros da coordenação de comunicação do 18º ENA; a forma de apresentação do portfólio; criação de um jornal impresso com circulação mensal para motivar a participação dos mefecistas de Vitória da Conquista no evento, mantendo atualizados os membros a respeito dos que acontece nos bastidores.

Definiu ainda criar uma edição especial do jornal para ser distribuído no ultimo dia do 18º ENA para os encontristas. Outro ponto discutido e aprovado foi à proposta de desenvolver programas de rádio e TV para ser exibido durante o ENA.

Durante o 18º ENA haverá um jornalzinho diário, com notícias colhidas durante o evento. O portal de divulgação “Gotas de Amor” também será realizado durante o ENA.

A equipe definiu também em marcar uma reunião com os representantes religiosos-cristãos da comunidade para mantê-los atualizados com o que acontece nos bastidores do 18º ENA.

INSCRIÇÕES PARA O 18º ENA ENCERRA-SE DIA 31 DE MARÇO




E
ncerra-se no próximo domingo – 31 de março de 2013, as inscrições para participar do 18º ENA – ENCONTRO NACIONAL DO MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO que acontecerá de 6 a 12 de julho do corrente ano em Vitória da Conquista – Bahia.

O processo é totalmente on-line e realizado no Site do MFC VITÓRIA DA CONQUISTA - www.mfcconquista.org onde o internauta encontrará um questionário com perguntas e respostas sobre o ENA, uma espécie de tira-dúvidas que ajudará a todos no processo de inscrição, visando o esclarecimento de alguns pontos importantes.

Com a criação do formulário digital, de fácil entendimento e autoexplicativo, o interessado fará o preenchimento e aguardará a validação de sua inscrição pelo coordenador de seu estado.

Todo mefecista poderá acompanhar tudo que acontece no 18º ENA, bastando somente que se cadastre no newsletter disponível no Site, um tipo de comunicação que divulgará semanalmente por e-mail, informações sobre as principais ocorrências do evento.  Para realizar o cadastramento o interessado deverá incluir apenas seu nome e e-mail no site do MFC CONQUISTA.

OFICINAS
Os participantes do 18º ENA, ao se inscreverem on-line, terão que optar pela oficina que deseja participar, é oferecido 11 diferentes opções de oficinas, o participante deverá se inscrever em duas opções, para participar de uma.

CONFIRA A LISTA DE OFICINAS QUE ACONTECERÃO NO
18º ENA EM VITÓRIA DA CONQUISTA – BAHIA
Nucleação e Caminhada dos Jovens;
Vivência e experiência da nucleação no MFC no Brasil;
Religiosidade e espiritualidade;
Resgatando vida – experiência para o tratamento da sobriedade;
Envelhecimento e sexualidade, vivência do tempo e relacionamento afetivo;
Consumismo e sustentabilidade: como trabalhar a preservação do meio ambiente no MFC;
Conjugalidade e parentalidade, desafios para as famílias hoje(marido e mulher, pais e filhos);
Formação nas equipes-base: Reuniões e Temários, Fato e Razão;
Projetos sociais e de formação: como organizar;
Papel dos leigos e leigas na sociedade e na Igreja instituição;
Vivências em grupos para a formação de novas lideranças.

SEXTA-FEIRA SANTA


Por Emílio Portugal Coutinho.
Conteúdo publicado em gaudiumpress.org

H
oje, Sexta-feira Santa recorda-se a Paixão e morte do Salvador. Todas as funções deste dia estão repassadas de luto pesado, pois é dia consagrado ao memorial da morte de Nosso Senhor.

Os paramentos negros. A omissão do Dominus vobiscum. A falta de instrumentos de música. Nenhum toque de sinos. O altar, frio e despido. Desocupado e aberto, o tabernáculo. Na frente dele, uma cruz com véu negro. Nos candelabros, há velas de cera amarela como nos dias de funerais. Em tudo reina a tristeza, a desolação profunda.

É, para a Igreja, um dia especialíssimo, portanto, de grande silêncio, oração, penitência, sobretudo jejum e abstinência de carne. Nesse dia não há ofertório e nem consagração, mas faz-se a comunhão eucarística.

A celebração da Paixão do Senhor é constituída de três partes: A liturgia da palavra, a adoração da cruz e a comunhão eucarística.

LITURGIA DA PALAVRA
Às três horas da tarde inicia-se a celebração da Paixão do Senhor. O celebrante e os ministros sagrados são paramentados de preto em sinal de grande luto. Chegando ao pé do altar, prostram-se, e rezam em silêncio por alguns instantes. Esta atitude humilde é a expressão da mágoa imensa que lhes acabrunha a alma com a evocação do grande mistério do Calvário. Durante este tempo, estende-se no altar uma só toalha, recordando o Sudário que serviu para envolver o Corpo de Nosso Senhor. Então, o sacerdote sobe os degraus do altar e oscula-o. Estando todos sentados, são feitas as duas primeiras leituras com o respectivo salmo. Logo a seguir, é cantada a Paixão segundo São João, da mesma forma que foi feito no domingo de Ramos. Quando chega na parte em que diz que Nosso Senhor entregou o seu espírito, todos ajoelham, e ficam assim por alguns instantes.

Canta-se a Paixão de Jesus Cristo segundo o evangelho de São João, porque ele é o quarto evangelista e porque, ficando debaixo da cruz, foi testemunha ocular da crucificação. Por isso convém que seja ouvido neste dia.

Durante muitos séculos, os fiéis procuravam, nesse dia, não fazer barulho e, especialmente, evitavam bater em algo, evitando a sensação daquele ruído terrível do martelo cravando Jesus na Cruz. Nada de canto, de música, de sinais de alegria, de recreação. Trabalhava-se o mínimo possível, só naquilo que era de extrema necessidade. O tempo era para oração, leitura, meditação, avaliação da vida, partilha do sofrimento de Jesus.

ORAÇÃO UNIVERSAL
Acabado o canto da paixão, começa o celebrante as Orações conhecidas por Admoestações porque o prelúdio consta, para cada uma, de advertência, a modo de prefácio em que o sacerdote diz o objeto da prece a seguir. São nove estas orações, e alguns julgam ser de origem apostólica. O celebrante reza:

1º - Pela Santa Igreja;
2º - Pelo papa;
3º - Por todas as ordens e categorias de fiéis;
4º - Pelos catecúmenos;
5º - Pela unidade dos cristãos;
6º - Pelos judeus;
7º - Pelos que não creem em Cristo;
8º - Pelos que não creem em Deus;
9º - Pelos poderes públicos;
10º - Por todos os que sofrem provações.

A Igreja reza nessas rogações, pelos que nunca pertenceram ou já não pertencem ao seu grêmio. O motivo é para não esquecermos que o Salvador morreu por todos os homens, e para implorar em benefício de todos, os frutos da sua Paixão.

Entre cada uma das orações que são feitas, o diácono diz: Flectamus genua. Então todos se ajoelham por alguns instantes, e rezam em silêncio, até que o mesmo diácono diz: Levate, então todos se levantam.

ADORAÇÃO DA SANTA CRUZ
Na sexta-feira santa adora-se solenemente a Cruz, porque, tendo sido Jesus Cristo pregado na Cruz, e tendo morrido nela naquele dia, a santificou com o seu Sangue.

A cerimônia da adoração da cruz tem a sua origem na veneração da verdadeira cruz conservada em Jerusalém, por volta do século IV. A cruz se colocava numa mesa coberta com um pano branco. Os fiéis veneram-na, tocam-na com a fronte e os olhos; não o podiam fazer com a mão nem com a boca. Pois um devoto arrancou com os dentes uma relíquia da santa cruz. Agora a imagem do Crucificado é colocada sobre um pano roxo estendido nos degraus do altar ou do coro.

Eis o rito: O celebrante tira a casula e, ficando ao pé do altar, descobre o alto da cruz e canta: "Ecce lignum Crucis" (Eis o lenho da Cruz (, do qual pendeu a salvação do mundo)). Os ministros que lhe assistem, continuam com ele: "Venite, adoremus" (Vinde adoremo-lo). Ao mesmo tempo, prostram-se todos. O celebrante, não. Este, depois, vai para o lado direito do altar; descobre o braço direito da cruz, mostrando-o, e repete em tom mais elevado: "Ecce lignum Crucis", etc. Enfim, alcançou o meio do altar. Descobre completamente a cruz, e, ergue-a e canta, terceira vez, em tom ainda mais alto: "Ecce lignum Crucis", etc. Então, o oficiante deposita a cruz nos degraus do altar, para que seja adorada por todos os clérigos e fiéis presentes. O canto: Ecce lignum Crucis é usado desde o século IX-X.

É desnudada a cruz lembrando que os judeus desnudaram o Filho de Deus. Esta impressionante cerimônia se faz em três atos para significar três atos principais de irrisão cruel da vítima da sanha judaica:

1º Quando, no átrio do sumo sacerdote, cobriram a santa face de Nosso Senhor, e lhe deram bofetadas. Por isso a primeira vez não se descobre a santa face do crucifixo (Lc 23, 64).

2º Quando o Rei da glória, coroado de espinhos, foi escarnecido pelos soldados com genuflexão e as palavras: "Ave, rei dos Judeus". Por isso na segunda vez se mostra a santa cabeça e a santa face do Rei do universo (Mt 27, 27-30).

3º Quando o Filho do Todo-poderoso, despojado dos seus vestidos, estava crucificado e foi insultado com a blasfêmia: "Ah! Tu podes destruir o templo e outra vez o edificar; salva-te!" Por isso, na terceira vez o crucifixo se mostra todo descoberto (Mt 27, 40).

Durante a adoração da Cruz, cantam-se as antífonas chamadas "Impropérios" (do latim improperium, que quer dizer "censura"), porque encerram repreensões dirigidas aos judeus pela voz dos profetas. Cada antífona destas enumera um determinado benefício de Deus, a favor do povo judaico, e põe em face a correspondente ingratidão do mesmo povo.

MISSA DOS PRESSANTIFICADOS
Antigamente chamava-se essa terceira parte da celebração da Paixão do Senhor, "Missa dos Pressantificados":

1 - Missa. Na verdade, não é muito próprio o termo, pois não há consagração e, portanto, sacrifício. Deram-lhe, no entanto, este nome, porque repete certo número dos ritos da missa.

2 - dos Pressantificados. Por causa da Santíssima Hóstia, consagrada na Missa da Quinta-Feira Santa. O vocábulo Pressantificados significa, pois, dons santificados, consagrados previamente.
Estando a acabar a Adoração da Cruz, acendem-se as velas do altar e vai-se, em silêncio, em procissão, à capela aonde se encontram as hóstias consagradas. Voltam, trazendo a Santa Reserva, com o canto, não já do Pange língua que e hino de júbilo, mas do Vexilla Regis, que é o hino da Cruz.

Quando a procissão regressou, o Celebrante coloca sobre o altar o Santíssimo Sacramento. Depois, diz Orate frates, etc; mas ninguém responde,e logo vem o Pater com o respectivo prefácio. Então, ergue na patena a Sagrada Hóstia, para os assistentes adorarem. Faz a fração como na missa ordinária, diz a terceira oração antes da comunhão e o "Domine non sum dignus". Finalmente, comunga, toma as abluções e retira-se em silêncio. Recitam-se agora as Vésperas, sem canto, sem luzes, querendo mostrar, com isso, que se apagou, morrendo na cruz, a luz do mundo, Nosso Senhor Jesus Cristo.

O celebrante diz: In spiritu humilitatis... et sic fiat sacrificium. Nesta oração a palavra "sacrificium" significa hoje o sacrifício espiritual da penitência (Sl 50). Por isso, o celebrante pode dizer: "Orate frates... ut meum sacrificium (de penitentia)..." Mas o povo não pode responder: "Suscipiat... de manibus tuis", porquanto estas palavras significam o sacrifício sacramental, o qual não se oferece.

O celebrante não diz: Pax Domini, nem a primeira oração antes da comunhão, porque não se dá a paz no dia em que Nosso Senhor foi repelido pelos judeus inimigos com o grito: "Não temos rei".

O celebrante não reza: "Haec commixtio", nem a segunda antes da comunhão, nem Quid retribuam, Corpus tuum, Placeat, porque nestas orações se menciona ou o Santíssimo Sangue, que não está no altar, ou o sacrifício eucarístico, que não se oferece.

O celebrante não diz: Dominus vobiscum, porque o único sacerdote, Jesus Cristo, foi morto e não pode mais falar, e não está mais conosco.

SÁBADO DE ALELUIA




S
ábado de Aleluia é um dia de comemoração no calendário de feriados religiosos do Cristianismo, sempre antes da Páscoa. O Sábado de Aleluia é o último dia da Semana Santa.

O Sábado Santo pode cair entre 21 de março e 24 de abril, e nesse sábado é celebrada a Vigília pascal depois do anoitecer, dando início à Páscoa. Sábado de Aleluia é o sábado anterior ao domingo de Páscoa, onde se acende o Círio Pascal, uma grande vela que simboliza a luz de Cristo, que ilumina o mundo. Na vela, estão gravadas as letras gregas Alfa e Ômega, que querem dizer "Deus é o princípio e o fim de tudo”.

Na tradição católica, os altares são descobertos, pois assim como na Sexta-Feira Santa, não se celebra a Eucaristia. As únicas celebrações que fazem parte é a Liturgia das Horas. Além da Eucaristia, é proibido celebrar qualquer outro sacramento, exceto o da confissão.

É também no Sábado de Aleluia que se faz a tradicional Malhação de Judas, representando a morte de Judas Iscariotes.

sexta-feira, março 22, 2013


COORDENAÇÃO DO CONDIN PARTICIPA DO RETIRO QUARESMAL DO MFC ALAGOAS

Eduardo e Ismari - MFC Curitiba

C
hegam hoje à Alagoas, os casais do MFC Curitiba, Eduardo e Ismari – coordenadores nacional do MFC e Antonio Carlos e Ângela – vice-coordenadores nacional do MFC, para participarem do RETIRO QUARESMAL DO MFC ALAGOAS, que tem inicio nesta sexta-feira (22) e tem seu termino previsto para o domingo (24), com a Santa Missa de Ramos e o almoço de encerramento. O evento acontece no Rancho Pé de Pinhão, em Marechal Deodoro – Alagoas.

Os participantes do RETIRO QUARESMAL DO MFC viverão o tempo sagrado da Quaresma, de preparação para a Páscoa, a maior festa do cristianismo. Esse tempo litúrgico, que se constitui numa grande graça de Deus e convida-nos à conversão, à mudança de mentalidade e de atitudes, a fim de que possamos celebrar dignamente os mistérios da morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Ângela e Antônio Carlos - MFC Curitiba
Durante o RETIRO QUARESMAL DO MFC, meditaremos sobre a nossa posição diante dos desafios atuais. Em paralelo buscamos nos comprometer em Jesus Cristo como caminho para a vida, com o lema“Eu vim para que todos tenham vida”.

Nesta sexta-feira, a partir das 18 horas, início das atividades, e, após o jantar, a programação seguirá com uma breve reflexão sobre o nosso conhecimento pessoal e individual com Cristo, Caminho, Verdade e Vida, a traição a Jesus, sua amizade com os discípulos, o sacerdócio e a Eucaristia.

Durante a noite de sexta feira somos convidados para o silêncio total, pressentindo a ausência de Cristo. Como se estivéssemos experimentando a dor de saber que ele está sepultado.

No sábado poderemos refletir também sobre a humildade no lava-pés e a obediência de Jesus ao Pai. Entraremos na dinâmica das últimas horas de Jesus e sua ressurreição em um momento de contemplação do Senhor.

Domingo, anterior ao da Páscoa da Ressurreição, contemplaremos a chegada de Jesus Cristo a Jerusalém, saudado como rei com ramos de palmeira e oliveira. Meditaremos sua entrada triunfal, seu julgamento e sua morte.

No encerraremos seremos agraciados com a Missa de Ramos e o almoço.

Participar do RETIRO QUARESMAL DO MFC é celebrar a vitória de Cristo sobre a morte.

Dia Mundial da Água


História do Dia Mundial da Água
O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.
Mas porque a ONU se preocupou com a água se sabemos que dois terços do planeta Terra é formado por este precioso líquido? A razão é que pouca quantidade, cerca de 0,008 %, do total da água do nosso planeta é potável (própria para o consumo). E como sabemos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) esta sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. Esta situação é preocupante, pois poderá faltar, num futuro próximo, água para o consumo de grande parte da população mundial. Pensando nisso, foi instituído o Dia Mundial da Água, cujo objetivo principal é criar um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver tal problema.

No dia 22 de março de 1992, a ONU também divulgou um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água” (leia abaixo). Este texto apresenta uma série de medidas, sugestões e informações que servem para despertar a consciência ecológica da população e dos governantes para a questão da água.

Mas como devemos comemorar esta importante data? Não só neste dia, mas também nos outros 364 dias do ano, precisamos tomar atitudes em nosso dia-a-dia que colaborem para a preservação e economia deste bem natural. Sugestões não faltam: não jogar lixo nos
 rios e lagos; economizar água nas atividades cotidianas (banho, escovação de dentes, lavagem de louças etc); reutilizar a água em diversas situações; respeitar as regiões de mananciais e divulgar idéias ecológicas para amigos, parentes e outras pessoas
Fonte :  suapesquisa.com

terça-feira, março 19, 2013


COMEÇA HOJE A CAMPANHA NACIONAL DE CONTRIBUIÇÃO 2013



T
em inicio nesta terça-feira, 19 de março, mais uma Campanha de Arrecadação do DIA NACIONAL DE CONTRIBUIÇÃO 2013 que se destina exclusivamente a subsidiar despesas com as Equipes de Infraestrutura e Metodologia do ENA - ENCONTRO NACIONAL DO MFC, que acontece a cada três anos. Toda arrecadação do DIA NACIONAL DE CONTRIBUIÇÃO 2013 é regulamentada pelo Artigo 70 do Regimento Interno do MFC.   

Para a realização de um ENA inesquecível é preciso que consolide o SENTIMENTO DE PERTENÇA dos membros do Movimento Familiar Cristão. Até o dia 19 de junho, todos os mefecistas devem contribuir com apenas R$ 5,00 (cinco reais) por pessoa, para o 18º ENA – ENCONTRO NACIONAL DO MFC, que acontecerá em Vitória da Conquista - Bahia, no período de 6 a 12 de julho de 2013.

Cada membro do MFC cadastrado deve contribuir com a importância de R$ 5,00 (cinco reais), recolhendo o valor à ECCi que depositará todo valor arrecadado no Banco do Brasil, Conta Corrente nº 57499-6, Agência nº 0009-4, em nome do Movimento Familiar Cristão.

Participe deste desafio, procure a ECCi da sua Cidade ou vá até uma Agência do Banco do Brasil e deposite o valor da sua contribuição do DIA NACIONAL DE CONTRIBUIÇÃO 2012.

Pertença – Solidez do
Movimento Familiar Cristão

quinta-feira, março 14, 2013


ENA – ENCONTRO NACIONAL
  

O
 ENA - ENCONTRO NACIONAL DO MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO é um evento realizado a cada três anos e reúne integrantes do MFC de todo Brasil, para uma semana de estudos e reflexões sobre as ações do MFC enquanto movimento de igreja.

Este ano o ENA acontecerá no período de 6 a 12 de julho, na cidade baiana de Vitória da Conquista, com a participação de aproximadamente 500 (quinhentos) mefecistas de todas as regiões do Brasil. As vagas de Alagoas são 25 (vinte e cinco) e as inscrições terminam, impreterivelmente no próximo dia 31 de março.

A Equipe de Coordenação da Cidade de Maceió decidiu pagar a inscrição dos participantes maceioenses no 18º ENA e trabalha em conjunto com a Coordenação Estadual para viabilizar o meio de transporte, já estando mantendo contato com empresas de transportes/turismo para o aluguel de ônibus/micro-ônibus com ar refrigerado para transportar os participantes do ENA.

Os membros ativos e em dia com a tesouraria do MFC MACEIÓ que desejarem participar do ENA já podem entrar em contato com Rita/Neto e/ou Suely/Tião.

A inscrição dá direito a participar do ENA, hospedagem e todas as alimentações. A quantidade de vagas é limitada.

CORREIO MFC BRASIL Nº 314


   
DESAFIOS AO NOVO PAPA
FREI BETTO
ESCRITOR E ASSESSOR DE MOVIMENTOS SOCIAIS

São muitas as especulações quanto ao cardeal que será eleito sucessor de Bento XVI agora em março. A rigor, qualquer homem batizado na Igreja Católica é potencial candidato.
Embora haja bolsas de apostas em torno dos "papabiles”, os variados palpites costumam dar zebra. Exceção foi o cardeal Ratzinger. Era teólogo do papa João Paulo II, presidente da Congregação da Doutrina da Fé, decano do colégio cardinalício e gozava, como teólogo, de certa ascendência sobre a maioria dos cardeais. Foi eleito pontífice em 2005, aos 78 anos.

Há indícios de que, desta vez, será eleito um cardeal mais jovem. A Igreja não suporta mais tantos conclaves frequentes. Minha geração acompanhou as escolhas de João XXIII (1958), Paulo VI (1963), João Paulo I (1978), João Paulo II (1978) e Bento XVI (2005).

A eleição do polonês Karol Woytila, em 1978, tirou dos italianos o monopólio do papado, que durou 456 anos. O que foi reiterado pela eleição de seu sucessor em 2005, o alemão Joseph Ratzinger.

D
e novo, a Itália tentará recuperar a sé romana. Entre os italianos, os nomes mais cotados são os dos cardeais Gianfranco Ravasi, de 70 anos, presidente do Pontifício Conselho de Cultura, e Ângelo Scola, de 71 anos, arcebispo de Milão. Ravasi, homem da poderosa Cúria Romana, é visto como bom teólogo e homem espiritualizado. João Paulo II e Bento XVI o escolheram como pregador do retiro papal na quaresma. Scola é poliglota, vinculado ao movimento Comunhão e Libertação e considerado conservador.

Poderá o futuro papa ser um não europeu? A Europa estará presente na Capela Sistina com 60 cardeais. E bastarão 77 votos para eleger o novo pontífice. Será uma grande surpresa a escolha de um papa não europeu. Infelizmente a Igreja Católica ainda é demasiadamente eurocentrada. Há entre os europeus quem encare os demais continentes como sucursais. Ainda perduram resquícios de séculos de colonialismo.

Se Bento XVI foi um papa de transição, seu sucessor terá pela frente a difícil missão de adequar a Igreja à pós-modernidade. Um cardeal conservador seguiria os passos de Bento XVI e manteria a barca de Pedro alheia aos tempos atuais.

Quais os grandes desafios a serem enfrentados pelo novo papa? Primeiro, implementar as decisões do Concílio Vaticano II, ocorrido há 50 anos! Isso significa mexer na estrutura piramidal da Igreja, flexibilizar o absolutismo papal, instaurar um governo colegiado. Seria saudável que o Vaticano deixasse de ser um Estado e, o papa, chefe de Estado, e fossem suprimidas as nunciaturas, suas representações diplomáticas. A Santa Sé precisa confiar nas conferências episcopais, como a CNBB, que representam os bispos de cada país.

Outro desafio é dar fim ao tabu em relação à moral sexual. Hoje, é vetado debater esse tema no interior da Igreja. A rigor, os católicos estão todos proibidos de manter relações sexuais que não sejam com a explícita intenção de procriar; contrair segundas núpcias após divórcio; usar preservativos; admitir o aborto em certas circunstâncias; aprovar a união de homossexuais; defender o fim do celibato obrigatório para padres e o direito de acesso das mulheres ao sacerdócio.

Resultado: a dupla moral. Uma, a da doutrina oficial; outra, a praticada pelos fiéis. E os escândalos de pedofilia como reflexo da suposta coincidência entre vocação ao sacerdócio e vocação ao celibato. Na Igreja primitiva a distinção era nítida. E no evangelho de Marcos, no primeiro capítulo, consta que Jesus curou a sogra de Pedro. Deduz-se, pois, que Pedro tinha mulher. O que não o impediu de ser escolhido cabeça da Igreja.

Um terceiro desafio é a relação da fé com a ciência. Bento XVI reabilitou Teilhard de Chardin (1881-1955), padre jesuíta e renomado cientista, proibido em toda a sua vida de publicar um único livro. E João Paulo II pediu perdão, em nome da Igreja, por esta ter condenado Galileu e Darwin, abolindo a teoria criacionista da doutrina católica e admitindo o evolucionismo.

Falta, entretanto, aprofundar nas hostes católicas o debate sobre o uso de células troncos, a nanotecnologia, a fertilização de embriões e outros temas que concernem à biotecnologia e à bioética. A ciência se emancipou da religião e corre o risco de abandonar os parâmetros éticos e morais, caso os potenciais provedores desses parâmetros fiquem divorciados dela.

O quarto desafio são os diálogos ecumênico, entre as várias Igrejas cristãs, e o inter-religioso, da Igreja Católica com as denominações religiosas não cristãs. Para o ecumenismo, Roma precisa admitir que seu bispo é pastor universal dos católicos, mas não dos cristãos. E se o bispo de Roma serve de referência à fé dos católicos, não deveria, no entanto, exercer autoridade direta sobre as Igrejas espalhadas mundo afora.

Quanto ao diálogo inter-religioso, é importante abrir-se ao mundo muçulmano, livrando a Igreja do preconceito que o identifica com fundamentalismo. A teologia oficial da Igreja deve muito a islâmicos como Averrois e Avicena, que abriram as vias de acesso a Aristóteles, cuja filosofia respalda o tomismo. Acresce-se a isso a importância do diálogo com o budismo e o ateísmo.

Ser papa é uma honra. Mas, também, uma cruz, bem traduzida no melhor e mais evangélico dos títulos do romano pontífice: Servo dos servos de Deus.

TEMA PARA ESTUDO E DEBATE
CRACK:
POR UMA POLÍTICA MAIS HUMANA
Pedro Vicente Bittencourt - da Democracia Viva
(Texto condensado)

Usuários de droga na Rua Helvétia, na região da cracolândia,
em 13 de janeiro 
(Apu Gomes/Folhapress)
Como surgiu o crack? De onde vem? Como funciona no organismo? Por que, de uma hora para outra, se alastrou com tanta velocidade pelo Brasil, inclusive em cidades do interior? E, a pergunta de um milhão de reais: como fazer para que a droga deixe de cobrar o alto preço em vidas, atualmente a sua marca trágica?
Se todas essas respostas estivessem dando sopa por aí, provavelmente sequer estaríamos falando do assunto. Já que aqui estamos, vamos ver até onde chegamos com essas perguntas. Afinal, o método socrático sempre trouxe bons resultados na produção de conhecimento.

PERGUNTAS E RESPOSTAS
Uma das consequências não intencionais (embora óbvia) da guerra às drogas e, especificamente, da criminalização delas é que toda e qualquer atividade que as envolve ocorrerá ao resguardo dos olhares públicos. Ninguém vai arriscar pagar as duras penas que a lei impõe por “trazer consigo” essas substâncias. Assim, fica difícil conhecer a história das drogas ilegais, incluído aí o crack.(...)

O crack é justamente o resultado dessa filosofia de mercado: um produto mais barato, que pode ser produzido em cozinhas domésticas, a partir da pasta base, que nada mais é do que o entorpecente ainda em estado bruto e mais propício para o transporte em grandes quantidades. Qual a diferença mais importante entre o crack e a cocaína? Em vez de ser aspirado, o crack é fumado. Isso causa uma diferença essencial na forma com que a droga age em nosso organismo.

Aspirada, a cocaína percorre o nosso corpo de maneira difusa. Apenas parte da substância vai para o cérebro, onde começa a fazer efeito. Na prática, isso significa que o efeito da droga leva mais tempo para começar, demora mais para terminar e é mais ameno. Se a mesma dose do princípio ativo for consumida na forma de crack, o percurso no organismo será outro. Ao ser fumada, a droga entra pelo pulmão, um órgão muito vascularizado e com grande superfície de contato. De uma só vez, uma quantidade enorme entra na corrente sanguínea. Do pulmão, a substância será bombeada diretamente para o cérebro. O efeito começará mais rapidamente, durará menos tempo e será mais intenso. Por isso que acredita-se que o crack é tão viciante.

Essas informações ajudam a compreender um pouco melhor o crack. Contudo, não é a existência em si da droga que causa danos, mas o seu uso. Mais especificamente, o seu uso e as suas consequências. A diferença não é trivial, porque define, em última instância, a forma de lidar com o problema.(...)

POLÍTICAS PARA O CRACK
(...) A população carioca convive hoje com o novo termo “acolhimento compulsório”. Custa-nos compreendê-lo, pois nunca foi devidamente esclarecido. Note- se que o acolhimento compulsório refere-se apenas aos casos com menores de idade, pois, afirmam as autoridades, pode-se inferir que, já que esses meninos e meninas estão nas ruas fumando crack, a família não cuida deles. No caso de maiores de idade, é mais difícil restringir o direito constitucional de ir e vir de uma pessoa em pleno gozo dos seus direitos civis.

No dia 11 de abril de 2012, o jornal O Globo publicou uma grande matéria sobre o crack. O jornal pediu à Secretaria Municipal de Assistência Social que fizesse um “mapeamento informal” do problema. A expressão incomoda. Informalmente, o jornal informa haver cerca de 3.000 usuários e usuárias circulando pelas chamadas “cracolândias”, dos quais 20% seriam menores de idade. A objetividade desses dados é altamente questionável, mas vamos lá.

Segundo o jornal, seria o caso dizer que, no município do Rio de Janeiro, 20% das pessoas que usam crack poderiam ser incluídas na política de acolhimento compulsório. Uma vez “acolhidos”, os menores seriam encaminhados a abrigos e centros de tratamento. À primeira vista, pode parecer uma solução interessante, mas será mesmo assim? (...)

Se o objetivo é este, e esperemos que assim seja, parece boa ideia compreender as causas que levaram cidadãos e cidadãs brasileiros a dedicar parcela tão significativa de suas energias para alimentar a adição. Terá o consumo do crack competido com quais outras alternativas de engajamento social? Houve escolha possível entre esporte, cultura, educação, família acolhedora, de um lado, e o crack e o mercado ilícito, de outro?

A rigor, faltam ainda estudos para poder ser taxativo ao responder as perguntas acima. Há, contudo, alguns indícios do que anda ocorrendo.
Hoje, se observa na política da cidade do Rio de Janeiro com relação às drogas duas tendências. Em primeiro lugar, o impulso às UPPs. Em segundo lugar, as rondas da Secretaria Municipal de Assistência Social, que gerencia o tal acolhimento compulsório.

Sobre o primeiro caso, pragmaticamente, nos resta pressionar o governo e torcer pelo melhor. Essa política não deve ser revertida. (...) Críticas à ausência das secretarias de Esporte e Lazer, de projetos de educação e capacitação profissional e de maior articulação com a sociedade civil são pertinentes e necessárias. Devemos consertar o que já foi feito. Trocar o pneu com o carro em movimento.

Já no que se refere à atenção ao crack e, mais especificamente, a quem o consome, é preciso, sim, questionar o que os governos federal, estaduais e as prefeituras estão pensando para a solução desse imbróglio. Talvez seja uma boa ideia buscar o que tem sido feito em outras cidades mundo afora. Se tivermos de passar por experiências mal sucedidas, uma por uma, até encontrar aquela que satisfaça as demandas de uma sociedade democrática, alguém vai pagar um alto preço por isso. E não serão os políticos. (...)

E AS OUTRAS DROGAS?
Por fim, uma última questão é importante para nos aproximarmos de um sistema que dê atenção aos usuários e usuárias de drogas de forma mais humana e eficaz. Será mesmo que o crack deve ser o foco dos esforços do governo, centro da política pública no trato com as drogas? Ou será ele apenas mais uma das substâncias sobre as quais se deve trabalhar? Segundo dados do Sistema Único de Saúde, o SUS, o álcool é a droga que mais danos causa a nossa saúde. Proibi-lo não faz sentido ou não teria resultado, mas por que não se concebe um plano nacional para a consciência sobre o álcool?

Fazendo uma análise fria dos dados, a atenção quase exclusiva dedicada ao crack definitivamente não se justifica. O sistema de saúde precisa, sim, preparar-se melhor para acolher quem usa drogas.O problema não será resolvido por completo sem mudanças na legislação vigente e, principalmente, sem outro paradigma de políticas públicas para lidar com o problema. Esse deve ser o foco principal dos futuros debates.