terça-feira, julho 23, 2013

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  MFC - MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO
   20 JULHO 2013 - CORREIO MFC BRASIL Nº 329 – 6.800 DESTINATÁRIOS

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Querido papa Francisco, o povo brasileiro o espera de braços e coração abertos. Graças à sua eleição, o papado adquire agora um rosto mais alegre.


BOAS-VINDAS AO PAPA CHICO

Frei Betto

O senhor incutiu em todos nós renovadas esperanças na Igreja Católica ao tomar atitudes mais próximas ao Evangelho de Jesus que às rubricas monárquicas predominantes no Vaticano: uma vez eleito, retornou pessoalmente ao hotel de três estrelas em que se hospedara em Roma, para pagar a conta; no Vaticano, decidiu morar na Casa Santa Marta, alojamento de hóspedes, e não na residência pontifícia, quase um palácio principesco; almoça no refeitório dos funcionários e não admite lugar marcado, variando de mesa e companhias a cada dia; mandou prender o padre diretor do banco do Vaticano, envolvido em falcatrua de 20 milhões de euros.
Em Lampedusa, onde aportam os imigrantes africanos que sobrevivem à travessia marítima (na qual já morreram 20 mil pessoas) e buscam melhores condições de vida na Europa, o senhor criticou a “globalização da indiferença” e aqueles que, no anonimato, movem os índices econômicos e financeiros, condenando multidões ao desemprego e à miséria.
Um Brasil diferente o espera. Como se Deus, para abrilhantar ainda mais a Jornada Mundial da Juventude, tivesse mobilizado os nossos jovens que, nas últimas semanas, inundam nossas ruas, expressando sonhos e reivindicações. Sobretudo, a esperança em um Brasil e um mundo melhores.
É fato que nossas autoridades eclesiásticas e civis não tiveram o cuidado de deixá-lo mais tempo com os jovens. Segundo a programação oficial, o senhor terá mais encontros com aqueles que ora nos governam ou dirigem a Igreja no Brasil do que com aqueles que são alvos e protagonistas dessa jornada.
Enquanto nosso povo vive um momento de democracia direta nas ruas, os organizadores de sua visita cuidam de aprisioná-lo em palácios e salões. Assim como seus discursos sofrem, agora, modificações em Roma para estarem mais afinados com o clamor da juventude brasileira, tomara que o senhor altere aqui o programa que lhe prepararam e dedique mais tempo ao diálogo com os jovens.
Não faz sentido, por exemplo, o senhor benzer, na prefeitura do Rio, as bandeiras dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. São eventos esportivos acima de toda diversidade religiosa, cultural, étnica, nacional e política.
Por que o chefe da Igreja Católica quer fazer esse gesto simbólico de abençoar bandeiras de dois eventos que nada têm de religioso, embora contenham valores evangélicos por zerar divergências entre nações e promover a paz? Talvez seja o único momento em que atletas da Coreia do Norte e dos EUA se confraternizarão.
Como nos sentiríamos se elas fossem abençoadas por um rabino ou uma autoridade religiosa muçulmana?
Nos pronunciamentos que fará no Brasil, o senhor deixará claro a que veio. Ao ser eleito e proclamado, declarou à multidão reunida na Praça de São Pedro, em Roma, que os cardeais foram buscar um pontífice “no fim do mundo.”

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Sapatos pontifícios...
Tomara que o seu pontificado represente também o início de um novo tempo para a Igreja Católica, livre do moralismo, do clericalismo, da desconfiança frente à pós-modernidade.  Uma Igreja que ponha fim ao celibato obrigatório, à proibição de uso de preservativos, à exclusão da mulher do acesso ao sacerdócio.

Igreja que reincorpore os padres casados ao ministério sacerdotal, dialogue sem arrogância com as diferentes tradições religiosas, abra-se aos avanços da ciência, assuma o seu papel profético de, em nome de Jesus, denunciar as causas da miséria, das desigualdades sociais, dos fluxos migratórios, da devastação da natureza.
Os jovens esperam da Igreja uma comunidade alegre, despojada, sem luxos e ostentações, capaz de refletir a face do Jovem de Nazaré, e na qual o amor encontre sempre a sua morada.
Bem-vindo ao Brasil, papa Chico! Se os argentinos merecidamente se orgulham de ter um patrício como sucessor de Pedro, saiba que aqui todos nos contentamos em saber que Deus é brasileiro!
Frei Betto é escritor, autor de “Um homem chamado Jesus” (Rocco), entre outros livros.
“É preciso virar a mesa. Não é novidade que na Via Ottaviano, aqui em Roma, morra um idoso de frio à noite, ou que haja tantas crianças sem educação, ou com fome, penso na Argentina… Por outro lado, as principais bolsas do mundo sobem ou descem 3 pontos e isso é um acontecimento mundial. É preciso mudar isso! Não pode ser. Os computadores não foram feitos à imagem e semelhança de Deus; são um instrumento, sim, mas não mais. O dinheiro não é imagem e semelhança de Deus. Só a pessoa é imagem e semelhança de Deus. É preciso mudar isso. Esse é o evangelho.” (Papa Francisco, em entrevista em Roma)
Família e afetividade
Deonira L. Viganó La Rosa
Terapeuta de Casal e de Família. Mestre em Psicologia.
Com frequência tomamos consciência de quanto as famílias de hoje têm configurações ou arranjos diferentes, alguns surpreendentes e inesperados, pelo menos para as pessoas mais velhas que sempre haviam pensado a família nascendo de um casamento religioso e civil, entre um homem e uma mulher, dando à luz filhos, educando-os dentro de regras claras e pré-estabelecidas. Enfim, uma família tradicional.
O último censo demográfico mostrou que o modelo de família constituído por casal com filhos, deixou de ser dominante no Brasil. Pela primeira vez o censo constatou que os outros tipos de arranjos familiares estão em 50,1% dos lares.
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Famílias monoparentais regidas somente pela mãe, ausente o pai, são comuns em diferentes grupos sociais
Frente a esta realidade que parece não ter volta (famílias monoparentais, pluriparentais, homoafetivas, de adoção, lares formados por não parentes, casais sem filhos, etc), buscamos critérios que possam ajudar a identificar uma família como sendo bem constituída.
E parece não haver dúvida, o que caracteriza uma família como “saudável e feliz” é sua capacidade de criar laços afetivos entre seus membros, vivendo a
cooperação, a solidariedade, a sinceridade, o cuidado recíproco, a ternura, a responsabilidade, o compromisso social, o respeito às diferenças e a individualidade de cada um, promovendo assim o crescimento espiritual, físico e psicossocial dos membros em particular e do grupo familiar como um todo – seja qual for a configuração que ele possa ter. Esta talvez seja a melhor resposta que devemos dar à pergunta: Como vai a nossa família?
Que nova família é esta que surge no seio da sociedade?
Num conceito sócio-jurídico compreende-se a família como aquela formada por laços afetivos, consanguíneos ou não, constituintes do núcleo da família contemporânea, sem os quais ela pode não sobreviver. Na família atual, o afeto é a razão de sua própria existência, o elemento responsável e indispensável para a sua formação, visibilidade e continuidade. Este quesito está amparado pelo Código Civil de 2002. Entretanto, as normas jurídicas devem ser sancionadas por toda a sociedade, e esta, por vezes é discriminatória. Caminha a uns passos atrás da lei.
Sabendo disso, ao invés de apenas lamentar as mudanças nas organizações familiares, poderíamos nos dedicar mais a criar e fortalecer os laços afetivos acompanhados de todas as virtudes anteriormente citadas, a partir da realidade de cada família assim como ela se apresenta de fato.
Diz o princípio : “Contra a realidade não há argumento”. Então, nossa questão é: “O que vamos fazer com esta realidade familiar que está ali? Como podemos otimizá-la no que diz respeito à vivência do supremo mandamento de Cristo: Amai-vos uns aos outros como eu vos amei?” A família é o lugar por excelência para a vivência deste mandamento, o qual resume a lei e os profetas, como disse Jesus. Parece coerente colocarmos este mandamento como objetivo primordial de nossa Pastoral Familiar, desenvolvendo atividades que partam da família como ela é, amando-a, respeitando-a e ajudando-a a caminhar rumo à utopia evangélica: “Amar como Cristo amou”. Qualquer família, sem exceção, pode crescer e melhorar, pois se ficasse cristalizada estaria morta, com certeza.
O amor em primeiro lugar
Esta reflexão quer destacar o que julgamos essencial ao questionar a família hoje: Primeiro a vivência do amor com todas as suas exigências e, concomitantemente, tudo o que for necessário para que este amor aconteça da melhor forma possível, uns com uma organização familiar e outros com outra, às vezes bem diferente do que imaginamos que devesse ser.
Para que tudo isto vá lentamente acontecendo, no dia a dia, há pré-requisitos indispensáveis: Maturidade emocional suficiente para a boa convivência entre marido-mulher-filhos ou outros; retidão de consciência; intenção de permanência e durabilidade da relação; autoridade democraticamente exercida; combinação de regras mínimas de funcionamento familiar; capacidade de lidar com conflitos; e outras, conforme particularidades. Sobretudo, buscar a Empatia - base de toda ética: “Não faça aos outros o que não queres que façam a ti”.
E não podemos fechar os olhos diante da pobreza, da miséria, da ignorância, e lembrar o quanto tudo isto dificulta e quase impossibilita os relacionamentos familiares saudáveis e funcionais.


Selma 53




















Selma Amorim
Composição

Reflexão

Sozinhos não criamos um mundo de harmonia e de paz, sozinhos os nossos sonhos vão parar numa gaveta. Somos únicos em toda face da Terra.
Em nossa individualidade somos chamados a fazer parte da comunidade cristã. Fazemos parte de uma grande aldeia global. No mundo não existem mais fronteiras, são cidadãos planetários. O que acontece numa pequena e distante comunidade, todos ficam sabendo do ocorrido no mesmo instante.
O nosso Deus é o mesmo ontem, hoje e sempre. Não paremos de sonhar, não paremos de lutar por um mundo melhor. Mesmo se estivermos cansados, abatidos e nossas ações pareçam insignificantes para nós, certamente elas estão todas no conjunto harmonioso do universo desempenhando a sua função invisível aos olhos da humanidade, porém visíveis aos olhos do criador.
Pe. Eduardo Belotti.
Diretor Espiritual do MFC de Maringá
e vigário da paróquia Sagrado Coração de Jesus em Nova esperança – PR.


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